terça-feira, 13 de setembro de 2016
Eu você e as promessas
Ai ele vem, com sorrisos cheio de promessas
Abraça com braços com delicada fragrância marcante
Seu corpo no meu, minhas resistências minadas
Me entrego ali e acredito em cada palavra
Mas você vai e eu me juro em voz alta que essa foi a última
A fragrância fica sem os braços
As promessas ficam sem o sorriso
Minha voz fazendo eco pela casa cheia de suas marcas
Choro, me rasgo inteira, declamo um poema aos berros, acredito em deuses, componho músicas, enlouqueço meus próximos
E me recomponho, olhar sereno, mãos acalmadas da vertigem
Mas você volta
Nosso amor improvável
Eu enlouquecendo em ciclos constantes
Meus sentidos e sentimentos aflorando
Talvez eu devesse te cortar
Mas você me apoia
Se te cortar, caio
Se cair não me levanto
Ai de mim que a paixão é isso
mas sonho com o amor
Ai de mim que a simples fragrância me satisfaz
Ai de mim que nosso amor é improvável
Feliz eu que as palavras não me faltam. Ai ele vem, com sorrisos cheio de promessas
Abraça com braços com delicada fragrância marcante
Seu corpo no meu, minhas resistências minadas
Me entrego ali e acredito em cada palavra
Mas você vai e eu me juro em voz alta que essa foi a última
A fragrância fica sem os braços
As promessas ficam sem o sorriso
Minha voz fazendo eco pela casa cheia de suas marcas
Choro, me rasgo inteira, declamo um poema aos berros, acredito em deuses, componho músicas, enlouqueço meus próximos
E me recomponho, olhar sereno, mãos acalmadas da vertigem
Mas você volta
Nosso amor improvável
Eu enlouquecendo em ciclos constantes
Meus sentidos e sentimentos aflorando
Talvez eu devesse te cortar
Mas você me apoia
Se te cortar, caio
Se cair não me levanto
Ai de mim que a paixão é isso
mas sonho com o amor
Ai de mim que a simples fragrância me satisfaz
Ai de mim que nosso amor é improvável
Feliz eu que as palavras não me faltam.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Poema morto
A lua brilhando com nuances em tom breu. A voz aguda
sorrindo desaforos que meu coração não quer ouvir. Brincando de me afastar de
ti. Arranco meus botões da blusa que ganhara na sorte. Destruo o vaso de
qualidade rara. A noite gritando silenciosamente que não se pertence as fontes
que jamais existir. Amante de si, uma vadiagem descomunal de corpos que não se
conhecem. Perdidos em pensamentos divagatórios de coisa tal que sentimentos
haveria de existir. Pensa cabeça, pensa mente, pensa corpo. Não pensa. Abre-se
largamente e debruça-se no parapeito. O vento suave. Subindo como degraus
existissem, preocupação vaga de tudo vazio. Vagamente surreal. Vagamento
abstrato de pintura feita aos pés. A louca nudez revelada as escura sem mãos
para desvendá-la.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Romanticiando a italiana
Ela fora ao paraíso encontrara os unicórnios, vira estrelas
em céus estrelados tão fortes que se sentia dentro de um. Emudeceu a voz,
porque era o coração quem tinha cordas vocais. Dançou na chuva completamente
nua. Haveria porque muito mais
encantamento, mas a boca resolveu falar. Enquanto os vaga-lumes desenhavam o
céu com seu verde, ela sonhava. Era o tal príncipe encantado de seus sonhos. Tão
verdade que se tornou inatingível. Não que ela não tivesse forças, mas é que o
contemplar iria muito além. Nem toque de mãos, nem colar de lábios, nem sexos
transados. Era o sangue gritando alto, sem som de palavras a ser escutado. Seriam
os olhos negros, mas as mãos encantavam mais. Não houvera fome. Não houvera
sede. Todo o suor seco valeria muito mais. Saciaria. Ela então pensou. O sonho
haveria de ser maior tanto que jamais em realidade pudesse existir. Ela chora. Lamentos
tanto de explicações poucas. Haveria a
liberdade que deveria ser dada. Ela não ansiava corpo que não lhe queria. Seria
objetivo se não houvesse de doer. Marcara em sua agenda, feito criança, a data
da felicidade. Esquecera que eterno jamais houvera. Organizou o corpo e de
cabeça erguida mergulhou profundo. Aquele momento. Sensações longas de vazios
desconhecidos. O corpo gemia. Os olhos olhando olhos. Narizes se tocando. E apenas
um existindo. Seria lindo se fosse vivido mais. Apenas aquele instante. Pouco tanto
o suficiente para marcar. Ela ainda ansiava, aguardava, esperava, queria. O desejo
alheio não haveria. Seria verdade se em cada linha não houvesse reticências. No
intervalo de um segundo a profundeza do amanhã. Mas era o hoje e todo hoje tem
fim. Um adeus bêbado com juras rasas, mas significativas. Ela se achava. Ele se
perdia. Ambos se encontravam. Nada existia.
Ela agradeceria porque inspiração voltaria.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Mais cor
Nem sempre é necessário tentar até as últimas conseqüências.
É preciso identificar corretamente quando é o exato momento de deixar as coisas
correrem frouxas, sem interferências, sem grande importância. Na vida é preciso
saber o que e quando se deve realmente levar a sério. Por vezes é bacana rir de
si mesmo e deixar que riam também. Com o tempo aprende-se que gritar demais pra
ser ouvido não nos faz ser escutados. Cautela, é preciso uma dose farta de
cautela para perceber a hora certa de interferir, de se colocar, de se fazer
enxergar. Contudo não podemos passar apagados, irrelevantes. É preciso certo
brilho na vida. Um olhar vivo, um sorriso intenso. No fim das contas percebe-se
que é preciso equilíbrio. Eis a palavra correta para descrever o que
efetivamente quero dizer. Quando alcançamos o equilíbrio nos descobrimos mais
calmos, pacientes. Descobrimos que existe um tempo certo pra tudo e aprendemos
a respeitar isso de forma serena. Resignamos-nos, mas lutamos. Paradoxo, mas
garanto real. Acredite a vida pede calma, como já diria a música. A vida pede
que encontremos nossa paz interior. A vida pede que passemos a dar importância àquilo
que realmente tem valor. Quando encontramos o elo que nos liga com o real valor
da vida passamos mais belos aos olhos alheios. É preciso sangue frio, mas
coração quente. Não existe uma formula concreta, mas existe um jeito. Cada um
tem o seu, mas todos possuímos a chave para a real importância da vida. No fim
das contas é como eu disse, equilíbrio. É isso. Essa é a palavra. Mais cor,
menos palavras.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Prendam-me
Enquanto eu caminhava solitária como sempre fora, a vida não
me sorria. Não que eu esperasse isso dela. Não, dela jamais esperei. Talvez por
isso tanta dor. Talvez seja a vida quem sorrir de verdade. Preciso aprender. É, ainda pouco sei. Que clichê. Mesmo caminhando debaixo da chuva que mesmo
violenta não escondia minhas lagrimas. Eu pensava em esperar o sorriso da vida.
Inútil. Quando não se acredita mesmo em algo, pode-se até ter em conflitos,
mas jamais acreditar piamente. Coitada de mim que sempre duvidei de tudo. Mesmo
acreditando nos olhares de qualquer um. Duvidei até da minha sombra. Então pensei
sobre o mundo e sua vergonha de ser de verdade. Essa é um era da “lição de
moral.” Todos o tempo todo tem alguma coisa a dizer sobre o que é correto sem
nada dizer. São palavras que tentam lutar contra a insana realidade. Eu até um
dia sonhei com a paz. Mas ela não mostrou as caras. Fiquei vendida sem saber
como agir, porque aquele sonho era tudo que tinha para me manter ocupada. São apenas
sentimentos pensados e digeridos por baixo dos edredons em noites vazias,
frias, solitárias. De todos. Ainda tem a coisa da cultura. Ops, me perdi. Isso ai
é mentira mais bem elaborada do mundo. Ficamos com as bundas plantadas em
nossas confortáveis poltronas diariamente engolindo tudo que vomitam na TV no horário
nobre. E eu ainda acredito quase cegamente que viver tem algum sentido. Melhor,
tento me convencer disso. Tenho saudades das bandeiras hasteadas ao sol com
mais orgulho. Hoje tenho vergonha até de dizer para que time realmente torço. E
a julgar que todos acreditaram no sonho de JK quando construiu Brasília. Tentam
importar as frias paredes do planalto central como fonte de esperança. Os tolos
acreditam porque ainda votam. Eu mesma sou uma tola. Mas ainda tenho a
dignidade de votar nulo. Mas ai me dizem “Pra que? Você é um nada na multidão.”
Ai que triste verdade. Meu pai mesmo tentou me convencer de fazer algo ao
contrário. Em vão. Ainda prefiro uma guerra solitária a simplesmente não lutar
por mais nada. Meus ídolos são antigos. Sei que nisso não estou sozinha na
massa. Mas ainda sim, por esse motivo, me sinto jogada aos leões sem uma espada
que seja. Eu digo The Doors que é bom. E apanho descaradamente. Quando falo de
bukowski sofro bullying. Meus ídolos são velhos e eu me sinto uma velha de 200
mil anos mendigando atenção por conta da minha caminhada solitária. Me fechando
em minhas paredes com minha bagunça sobre a mesa, um teclado até bom, uma tela
que não é minha e uma imaginação fértil, ainda consigo alguma dignidade. Não que
estivesse em busca de tanto. Mas enquanto o mundo se revira em sua própria lama
eu de cá canto minha canção sozinha e com um leve sorriso nos lábios. Prendam-me,
sou uma louca que pensa. Ai de mim que morro aqui no mundo das incoerências e
luto por dias melhores. Sou uma derrotada. Façam coro. Enfim, melhor não pensar em nada.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
Ainda estou aqui
No alvorecer de mais um dia eu me sinto calada
Palavras é um artigo de luxo para expressar meus sentimentos
Olho o dia que me chama com sua luz, mesmo que diante do
frio
Buscando mesmo assim sorrir, sigo um rastro de esperança
Quando encarar o sol se torna o símbolo de lembranças
doentes fica triste o seguir
As paredes que me cercam parecem mais uma prisão
Estou aprisionada pelo desbravar de uma noite que insiste em
claro passar
Minha respiração hoje é acompanhada de perto por outro ser
Respiro para que outro possa também respirar
Talvez isso que ainda me sustenta aqui, assim, seguindo
Tendo como companheira a solidão
Talvez o passado pudesse ser marcado por tons mais vibrantes
Mas não existe redenção onde não existe o perdão
Não existe cura onde o doente não toma os remédios
Mesmo assim meus pés se guiam pelo outro respirar
E assim me descubro em plenitude
Não poderia existir motivo maior e melhor
Estou certa disso e nisso me conforto
O silêncio fiel companheiro que insiste em me acompanhar
Veremos juntos mais uma noite que insiste em claro passar
Contaremos os minutos e segundos do badalar do relógio
Confraternizaremos na escuridão e nos entenderemos
Mas uma coisa tenha como certa
“Quando eu for, eu vou sem pena
Pena vai ter quem ficar”
Pena vai ter quem ficar”
sábado, 4 de agosto de 2012
Minha medíocre volta
Eu coloquei a mão na maçaneta e virei como se não estivesse
ausente por nove anos. Abri a porta e entrei certa de que seria ali meu refugio
para os dias que se seguiriam. Que pai nega lar para uma filha? Eu acreditava
piamente que nenhum. Minha mãe abriu os braços e me deu um abraço apertado com
as lágrimas correndo pelo rosto. Acho que eram lágrimas de felicidade. Meu pai
estava sentado no sofá e lá permaneceu se dignando apenas a um oi seco e que
mal pode ser ouvido. Não que eu esperasse que aquele homem me recebesse de
braços abertos depois de toda nossa história de vida que era dolorida para
ambos.
_o que você faz aqui? _ Foi sua pergunta depois do oi que
somente ele ouviu.
Ele tinha o dom exato de tornar a vida das pessoas a sua
volta insuportável.
_Ela voltou para casa. _ Minha mãe tratou logo de
esclarecer.
_Você sabe muito bem que essa casa é pequena demais para
mais uma pessoa. _ disse ele da forma mais rude que sabia falar.
Eu escutava tudo aquilo incrédula de que pudesse existir
tanta frieza assim em uma só pessoa. Minha mãe se colocou a minha frente e
disse que se eu não ficasse ela também iria embora. Ele deu de ombros virou
novamente para a televisão e continuou assistido o que fosse que estava
passando naquele momento. Eu não conseguia mover meus músculos. Eu tinha
chegado ao fundo do poço. Ao sair de casa havia dito a mim mesma que jamais
voltaria. Que jamais pediria clemência ou asilo. A vida da voltas e às vezes é
preciso voltar às raízes e acertar contas com o que deixamos pendente para trás.
Isso acontece inevitavelmente até sem que percebamos. Se no passado ficar
alguma coisa pendente as contas terão que serem acertadas mais cedo ou mais
tarde. E ali estava eu para acertar minhas contas com meu passado. Já era noite e minha mãe tratou logo de me
preparar um bom lanche e enquanto eu comia preparou minha cama. Acabei de comer
e fui logo me deitar. As malas ficariam para o dia seguinte, se é que seriam
desfeitas. Me deitei. Logo todos se deitaram também. O silêncio enfim reinou.
Eu me virava o tempo todo na cama, meus pensamentos não me permitiam fugir da
figura amarga daquele que deveria ser meu pai. Comecei a chorar. Eu calada com
as lágrimas escorrendo invejava as pessoas que tinham um pai para amar. Um ser
que parecia com um super herói e que era motivo de orgulho. Eu queria sumir.
Pegar minhas coisas, cuspir toda a verdade na cara dele e desaparecer como
órfã, sem ter para onde ir e sem um passado para ser lembrado. Realmente era
amargamente impossível amar aquele ser que me dera um vagabundo sobrenome. Eu
voltara, depois de anos, humilhada, sem dignidade alguma, sem lar, sem direção
e cheia de dor. E ele fazia questão de apertar com seu dedo polegar bem em cima
da ferida aberta. Como amar um ser que me transformara na desgraça que sou? O
mundo gritava na minha cara com todas as letras que eu deveria lhe ter apreço,
mas deitada naquela cama, na mais profunda solidão eu só conseguia odiá-lo da
minha melhor forma. Ele era odioso até para quem não o conhecia. Eu havia me
transformado em uma mulher culta, de certo modo era inteligente, digamos que
bonita, mas ficava a cada dia mais claro que eu teria tudo eternamente, porém
amor não era uma coisa que me pertenceria. Dizem que a base familiar era o
segredo do sucesso, logo eu não conheceria o sucesso partindo desse ponto. O
mundo do lado de fora da janela estava se cagando para isso e eu chorava. Não
porque era fraca e sim porque me era a única alternativa naquele momento. Me
levantei. As lágrimas me sufocavam. Pensei em colocar fim a minha medíocre
existência e me descobri covarde até para isso. Eu fracassava até quando era
necessário ao extremo. Me sentei no chão do banheiro sobre o tapete e fiquei
longamente cogitando todas as possibilidades que existiam para por fim a toda
aquela angustia. Minha mãe roncava como sempre alheia a tudo. Inerte no seu
mundo que eu jamais conseguirei compreender. Eu só queria por um instante ter o
poder mágico de tocar o foda-se para tudo e em um rompante juvenil juntar meus
trapos e ver o mundo do lado de fora. Mas eu não queria mais ser miserável.
Coloquei a música deja vu da Pitty para tocar e fiquei procurando aquela mulher
fria que eu sempre fora. Eu estava só no mundo, não da boca pra fora, coisa
séria. Aqueles que queriam se aproximar eu me cagava para eles. Não porque os
odiava e sim porque não suportava seus olhares de pena e reprovação. O mundo me
cobrava amadurecimento, porém o cara que deveria me ensinar sobre isso era um
completo bosta. Era isso. O mundo em silêncio me observava dando braçadas na
merda que era minha vida. Aquele que me dera nome na certidão de nascimento
dormindo sono pesado e sereno. Minha mãe roncando seu remédio para dormir. E eu
sentada naquele banheiro não vislumbrando nada, envolta em lágrimas e mais
lágrimas que não se cansavam de escorrer. Pena que esse não era o fim. Novos
dias surgiriam até que eu tivesse a coragem para por fim a tudo. Mais certo que
os dias surgiriam um após o outro e eu assistiria tudo do camarote da desgraça
como sempre fora.
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