quarta-feira, 29 de maio de 2013

Prendam-me

Enquanto eu caminhava solitária como sempre fora, a vida não me sorria. Não que eu esperasse isso dela. Não, dela jamais esperei. Talvez por isso tanta dor. Talvez seja a vida quem sorrir de verdade. Preciso aprender. É, ainda pouco sei. Que clichê. Mesmo caminhando debaixo da chuva que mesmo violenta não escondia minhas lagrimas. Eu pensava em esperar o sorriso da vida. Inútil. Quando não se acredita mesmo em algo, pode-se até ter em conflitos, mas jamais acreditar piamente. Coitada de mim que sempre duvidei de tudo. Mesmo acreditando nos olhares de qualquer um. Duvidei até da minha sombra. Então pensei sobre o mundo e sua vergonha de ser de verdade. Essa é um era da “lição de moral.” Todos o tempo todo tem alguma coisa a dizer sobre o que é correto sem nada dizer. São palavras que tentam lutar contra a insana realidade. Eu até um dia sonhei com a paz. Mas ela não mostrou as caras. Fiquei vendida sem saber como agir, porque aquele sonho era tudo que tinha para me manter ocupada. São apenas sentimentos pensados e digeridos por baixo dos edredons em noites vazias, frias, solitárias. De todos. Ainda tem a coisa da cultura. Ops, me perdi. Isso ai é mentira mais bem elaborada do mundo. Ficamos com as bundas plantadas em nossas confortáveis poltronas diariamente engolindo tudo que vomitam na TV no horário nobre. E eu ainda acredito quase cegamente que viver tem algum sentido. Melhor, tento me convencer disso. Tenho saudades das bandeiras hasteadas ao sol com mais orgulho. Hoje tenho vergonha até de dizer para que time realmente torço. E a julgar que todos acreditaram no sonho de JK quando construiu Brasília. Tentam importar as frias paredes do planalto central como fonte de esperança. Os tolos acreditam porque ainda votam. Eu mesma sou uma tola. Mas ainda tenho a dignidade de votar nulo. Mas ai me dizem “Pra que? Você é um nada na multidão.” Ai que triste verdade. Meu pai mesmo tentou me convencer de fazer algo ao contrário. Em vão. Ainda prefiro uma guerra solitária a simplesmente não lutar por mais nada. Meus ídolos são antigos. Sei que nisso não estou sozinha na massa. Mas ainda sim, por esse motivo, me sinto jogada aos leões sem uma espada que seja. Eu digo The Doors que é bom. E apanho descaradamente. Quando falo de bukowski sofro bullying. Meus ídolos são velhos e eu me sinto uma velha de 200 mil anos mendigando atenção por conta da minha caminhada solitária. Me fechando em minhas paredes com minha bagunça sobre a mesa, um teclado até bom, uma tela que não é minha e uma imaginação fértil, ainda consigo alguma dignidade. Não que estivesse em busca de tanto. Mas enquanto o mundo se revira em sua própria lama eu de cá canto minha canção sozinha e com um leve sorriso nos lábios. Prendam-me, sou uma louca que pensa. Ai de mim que morro aqui no mundo das incoerências e luto por dias melhores. Sou uma derrotada. Façam coro. Enfim, melhor não pensar em nada.

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