terça-feira, 22 de novembro de 2011

Está tudo bem


                Está tudo bem!
                Está tudo bem!
                Está tudo ridiculamente bem!
                Percebe? É perceptível? Está tudo bem!
                Me revolta não aceitar, porque sei que está tudo bem. Talvez meu coração esteja realmente doente... Está tudo bem!
                Prefiro esse anonimato porque assim não preciso encarar ninguém. Nenhuma verdade que não seja só a minha.
                Aqui na escuridão dos meus aposentos posso viver sem ter que me explicar. Não quero a corja me perguntando se está tudo bem... Porque é perceptível que está tudo muito bem. Bem até demais.
                Não me inscrevo nas vitrines. Fico aqui na minha zona de conforto e se quiser, terá que se movimentar para me achar. Tomara que não queira. E se no fim do fim do fim não for entendido, saiba que sentir será possível. Alias é a única coisa que existirá.
                Não sofra por me ver aqui tão calada no meu calabouço... Juro que está tudo bem. Só quero ficar aqui desfiando as contas do terço da minha poesia e se ao olhar só for possível ver dor, não chore, pois eu não sinto assim... As lágrimas em mim secaram há muito.
                Se não é possível matar o leão da sofreguidão, aprende-se a ser pelo menos não muito estranho. Quando me olha sou apenas mais um que passa pela sua região.
                Se soar tolo tudo que digo não ria. O riso me aborrece e já não o vejo faz muito tempo.
                Esta tudo bem!
                Posso afirmar isso por horas até que meu próprio ser possa entender o que já é entendido há tempos. É perceptível. Está tudo bem!
                Não sendo possível compreender, carregue esse fardo da loucura porque do lado de cá está tudo bem e muito lúcido. Camisa de força é para os fracos, prefiro o choque da realidade me batendo de mãos aberta na face.
                Já não é possível querer e se não, porque não entender? Ah eu entendo... por isso caminho pelo vale sem sequer praguejar. Aqui não há dor, nem sofrimento ou lágrimas. Aqui nada se sente. Tudo morreu... Mas em meio ao silêncio de morte posso me estabelecer e enxergar o outro lado de forma a não querê-lo mais.
                Estou aqui e aqui está tudo muito bem!
                Terrivelmente muito bem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário