sexta-feira, 22 de abril de 2011

O que pensa o assassino?

            O que pensa o assassino?
            Quando desfere o golpe da dor fatal em alguém, o que pensa?
            O assassino merece perdão? Ou será que isso é paga de vida de outrora.
            Às vezes penso que o assassino remói por dentro as dores de cada vida tirada. Porque tirá-las então? Ah, pergunta melhor: o assassino sente? Tem sentimentos? Se os tem, porque mata?
            Qual o poder de um humano sobre a vida alheia?
            Me perguntaram uma vez qual a minha relação com Deus. Deus é Deus e eu sou eu. Que resposta vazia pode ter parecido ao questionador. Por vezes imaginei Deus em um teatro de marionetes, nos conduzindo conforme ele achasse melhor para o espetáculo. Então onde caberia o livre arbítrio se somos regidos como marionetes num concerto de um maestro onipotente, onipresente e onisciente?
            Hoje penso que Deus é nossa voz interior. Sempre disse que pecado é tudo aquilo que você, pelo senso real, se condena. Então minha relação com Deus é de um mero ouvir do meu interior.
            E será que o assassino tem a voz interior o auxiliando? Seria um momento de surto em que bate a vontade de ser sua própria voz interior? Como eu defensora que sou da vida, poderia sequer cogitar entender a mente do assassino?
            Sim, para mim o mundo de um assassino é um mar de interrogações.
            Não ouso encontrar explicação, apenas me entristeço ao saber que tirando uma vida ele aos poucos mata a sua própria e, na certeza que tudo se paga mesmo que os olhos ou ouvidos jamais possam saber, conservo uma piedade mórbida da sofreguidão do assassino.

3 comentários:

  1. beleza ja que vc esta falado

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. E o que você me diz de: O que é consciência para um assassino?

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