quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Desnecessárias palavras


Eu me tornei só.
            Essa foi uma escolha. Sou solitária nas multidões. Juro que isso não é ruim...
            Acredito que na morte é assim mesmo que funciona. A multidão dos que choram, enquanto você está sozinho na transição.
            Gosto da solidão! A solidão ensina silenciosamente como é bom ser ouvinte. A solidão me ensinou como é bom ser coerente. Ela nos ensina a observar.
            Seria insano menosprezar o que está à minha volta. Porém mesmo com tudo isso, a solidão ainda é minha melhor companheira. Com ela as verdades são só minhas.
            Poesia seria desvendar os mistérios da solidão. Mas mistério é mistério e não precisa de explicações.
            Como não existe explicação para o meu mundo, o que rodeia vivo com a intensidade de cada dia. Sim, cada dia é completamente diferente do outro e se vive sem expectativas. Dirão: que loucura viver sem expectativas!
            Loucura é não se ter um estilo de vida bem resolvido e viver amargamente dias de vida não desejados.
            Eu criei expectativas minhas. Espero de mim o que desejo.
            Meu coração é romântico, quem disse que na solidão não tem poesia? Aqui vislumbro a delicia que é a vida. Hum, como é bom viver!
            Para as loucuras de minha mente por conta da solidão não devo explicação. Doente seria querer entender o mistério que reside dentro de mim.
            Vagando pelas ilusões da juventude almejei alguns degraus que a solidão me fez entender a falta de possibilidade.
            Na solidão sou mais eu. Amo-me mais. Desejo-me mais. Nela aprendi a conversar comigo e a entender meu lugar.
            Como não espero ser entendida, fico aqui nessa viagem desenfreada com a certeza do desnecessário dessas palavras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário