terça-feira, 10 de abril de 2012

Viva a liberdade

"Democracia = ("demo+kratos") é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual.”
O Wikipédia cita a democracia falando sobre política, mas é muito comum as pessoas usarem isso em outros meios. Porém eu categoricamente afirmo que as pessoas desconhecem o real teor da liberdade que existe na palavra D-E-M-O-C-R-A-C-I-A.
Me valendo novamente do bom uso que faço de me informar, o Wikipédia diz que liberdade de expressão significa:
“é o direito de manifestar livremente opiniões, idéias e pensamentos. É um conceito basilar nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral.”
Mas constantemente vemos esse nosso direito sendo infligido pela maioria que a tudo tenta padronizar. Se você diz o que pensa e não condiz com um rotulo (que julgo imbecil) socialmente aceito, você é descriminado, excluído quando não ofendido.
Mas isso não fica só na questão de expressão, quando a pessoa não se permite corromper pelas idiotas regras sociais ela ainda vence essa barreira.
Porém encontramos outro ponto muito importante, a liberdade religiosa que é esclarecida da seguinte forma pelo Wikipédia:
“A liberdade de religião e de opinião é considerada por muitos como um direito humano fundamental. A liberdade de religião inclui ainda a liberdade de não seguir qualquer religião, ou mesmo de não ter opinião sobre a existência ou não de Deus (agnosticismo e ateísmo). A liberdade religiosa se o põe diante de todos suas idéias e principalmente seguimento do próprio ser humano.”
Mas nossa sociedade meramente preconceituosa desenvolveu em seu sistema um conceito basicamente assim ‘se você não acredita em deus é julgado como ruim.’ Abordo isso desta forma justamente por me considerar fora desses parâmetros religiosos e ser julgada muitas das vezes desta forma. Não foi um ou duas vezes que pessoas disseram que deus iria me castigar por não acreditar nele, chegando ao ponto de uma vez o comentário ser o seguinte “Que isso? É tão bom crer em um deus que faz o melhor por nós. Tome cuidado que isso pode ser cobrado de você.” Meu questionamento foi, como um deus que só quer o melhor pra você, que é tão bom pode te cobrar ou pesar sobre você, sendo que foi ele mesmo quem te deu a liberdade para escolher no que acreditar ou não? Eu não posso crer em um deus tão contraditório assim.
Mas meu argumento aqui fica sobre como as pessoas são mesquinhas e vazias quando algo vai contra o que ela acredita. Será que as pessoas não estão preparadas para viverem em comunidade e entender que existe não só diferenças físicas, mas também diferenças de pensamento? Ou será que as pessoas têm essa consciência e simplesmente não querem fazer bom uso dela, pois é mais fácil acreditar no que a maioria acredita e por isso quem vai contra é considerado um idiota? Sim eu afirmo que não é fácil quando se pensa diferente e ir atrás de criar respaldos para o que pensa e se informar. Realmente é mais fácil ter alguém pensando por nós e seguindo exatamente à cartilha de alguém que te diz que algo é verdade. Isso tudo é simples e fácil demais, porém é necessário que se prove qualquer coisa. Eu ainda me assusto quando vejo pessoas que acreditam em algo que não tem a menor comprovação ou que se julga melhor do que o outro por conta do seu tolo pensamento.
Em todo esse contexto é importante salientar que as pessoas têm respaldo da lei para pensarem e crerem no que quiserem.
“A Constituição Federal, no artigo 5º, VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias. O inciso VII do artigo 5º estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”
Esse trecho da constituição afirma que não existe uma única religião a ser seguida, que a pessoa tem total liberdade para seguir o que ela quiser ou até mesmo não participar de nenhuma religião. Se a justiça não me pune por minhas escolhas quem são as pessoas que não tem vinculo algum com a justiça para me punir? Ninguém!
“Constituição brasileira de 1988
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: V - o pluralismo político
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, liberdade, igualdade, segurança e a propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença
Art. 220º A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.”
Esse trecho da constituição afirma que sobre qualquer circunstancia a pessoa tem seu direito respaldado pela lei de se expressar. Lembrando que para expor seus pensamentos não é necessário ofender. Mas para me expor um pensamento e querer que eu faça uso dele, é necessário que me esclareça o porquê eu deveria usá-lo.
Eu faço bom uso da minha razão, tento usar ao máximo minha capacidade de pensamento e minha inteligência. Procuro me informar antes de me achar capaz de expor ou até mesmo convencer alguém de que o que penso é correto. Isso nunca foi e não é pecado ou um erro.
No facebook faço parte de uma comunidade chamada ATEIA – Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, vejo que lá se encontram muitos erros com relação a ofender outras religiões, deixo claro aqui que não concordo com esse tipo de postura, mas lá tenho abertura para expor esse fato, como deveria ser em qualquer comunidade.
Questionar e ter dúvidas não faz de mim uma tola revoltada sem causa, mas sim alguém que usa seu raciocínio a seu favor.
Vivemos em um país democrático, com diversidade étnica, com liberdade religiosa, com liberdade de expressão. Estamos em um caldeirão com uma grande mistura de tipos e pensamentos, acho que já passou da hora de vencermos a barreira do preconceito de um só pensamento, uma só verdade. Não existe padrão no que se trata ser humano. Existe caráter, que nada do que disse acima exime alguém de tê-lo e o desobriga a usar. Eu me informo sobre outras culturas e países, pois gosto de saber como funciona, mas isso não me da o direito de julgá-los como melhores ou piores do que o meu. Conheço uma senhora Libanesa que me ensinou uma coisa muito valiosa e usarei suas palavras agora “As pessoas inventaram que as mulheres mulçumanas são infelizes diante de como vivem, não conhecem de fato a nossa cultura, nem tudo lá é morte, guerra, devassidão ou até mesmo repressão. Eu sou feliz sendo mulçumana e seguindo a minha cultura na qual acredito.”
Temos que parar com a tola idéia de que apenas nosso “mundinho” é o valido ou o melhor, existe muitas coisas nesse mundo que podem ser mais interessante do que o que temos como importante ou fundamental. Já que nascemos ou vivemos em uma sociedade democrática devemos fazer valer isso sobre qualquer aspecto. Julgo moral como aquilo que fazemos sem ofender ou até mesmo desmoralizar alguém. Usemos nosso direito a democracia em demasia, pois é isso que nos faz de fato comunidade.
Para finalizar deixo aqui uma frase que sempre uso.
Aquele que se ofende com um questionamento carrega consigo “verdades” que não acredita ou não sabe como defender.

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