segunda-feira, 19 de março de 2012

Viciadamente

Entre um cigarro e outro cigarro acreditando vai. Não que acreditar seja um remédio, mas ameniza a dor. Entre uma boca e outra vai encontrando. Os pedaços espalhados vai juntando. A maquiagem borrada. Nenhuma lágrima. Todo o rum devidamente bebido. Nenhum sinal de embriaguez. Uma corrida até ali. Um boteco imundo. Pede mais uma e os olhos saltam. Vertigem. Alucinada alma de quem não ama. Intensa verdade de quem tem coração. Uma pedra aqui. Duas extravagâncias ali. Um rock na vitrola. Era sexo. Era sexy. Comendo da comida que não pagou. Chutando o balde intensamente. Um ciclo. Um momento. Uma espera. Nenhuma esperança. Nenhuma razão. Nenhuma lógica. Muita vida. Mais dez cigarros. Um pé na morte. Os horizontes se abrindo. Nada alucinógeno. Só o nó atado. Sem verdades. Sem pretensão. Valha o ‘pretume’. Valha o liquido. Valha o suor. A mão escorregando. A roupa tirando. O calor existindo. O fim próximo. É o ciclo cara. É o ciclo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário