domingo, 29 de janeiro de 2012

A meretriz

Eu dormi em seus braços calada, meus olhos não se fecharam, mas eu sonhei um sonho eterno.
Eu me fiz mulher em seus braços, na sua cama não tive pudor, mas me senti menina.

Eu te beijei intensamente, não procurei razão, me joguei.
Eu te toquei sem medo, teu cheiro me seduziu, me deixei levar.

Eu renovei seu estoque de amor, não pra me vangloriar, mas por te amar.
Eu me entreguei, não pra validar sua sensação de posse, mas porque realmente me sinto sua.

Fracionei meu coração pra que não lhe faltasse nada, não que eu não tenha um amor infinito, mas porque em doses pequenas te mantenho.
Eu lhe disse TE AMO, não para que isso te fizesse refém, mas porque é tudo que meu coração sabe dizer.

Eu murmurei baixinho nosso amor, não que eu não quisesse gritar bem alto, mas é que meu intimo desvendo apenas pra você.


Quando toca o sino e me é dada à vez... É anunciada sua presença...
... Apronto-me com minha melhor roupa, gasto meu perfume francês em quantidade equilibrada. Passo a loção hidratante por todo o meu corpo. Penteio meu cabelo de forma cuidadosa e coloco meu melhor sorriso no rosto.
Eu sou meretriz, meu dote de poucas horas é caríssimo, mas pra você abro todas as exceções.
Eu sou meretriz talvez com isso não merecesse conhecer tão nobre sentimento chamado amor... Mas a vida me fez mascara para aqueles que olham, mas humana por dentro.
Posso não ser digna de seu amor assumido, mas sou digna do seu mais louco pequeno momento de entrega.

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