sábado, 28 de janeiro de 2012

O amante

Ele liga pra ela:
_Oi, quero te ver.
Ela responde:
_Agora?
Ele diz:
_Sim
Ela responde:
_Tudo bem! Dentro de 30 minutos pode passar aqui.
Ela corre, toma um banho, se prepara para encontrá-lo. Nesse momento, subitamente, ela se lembra de tudo que já passaram juntos. Momentos raros, mas sugestivamente eternos e únicos.
Ela se lava com pressa, mas com zelo. Prepara sua pele com o seu mais gostoso perfume e gasta um tempo com seu mais cheiroso hidratante.
Ele manda uma mensagem: _Não agüento mais, vem do jeito que está!
Ela se afoba, mas quer estar perfeita para aquele momento. Diz que já está indo, mas simplesmente ainda está se arrumando.
Ele não é seu amor, ele é apenas seu amante.
A chuva está forte lá fora, mas nada tira o gosto agradável de momentos intensos vividos por eles. Nada atrapalha.
Ela termina de se arrumar. Na correria joga tudo de qualquer jeito na bolsa, pega a chave e corre para o portão. Já é madrugada e a noite promete.
Ele gentilmente abre a porta do carro e ela meio molhada entra com a respiração ofegante. Eles se beijão e se abraçam como se não houvesse regras.
Ali mesmo, uma sutil declaração de dependência do corpo um do outro e o mundo do lado de fora para de forma escandalosa.
E sem medo, apenas desejo... Entregaram-se furtivamente àquele momento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário